domingo, 1 de setembro de 2013

Piracicaba tem 12 mil usuários de crack, segundo o governo

A DRS-10 (Diretoria Regional da Saúde-Piracicaba) estima que existam aproximadamente 12 mil usuários de crack na cidade. A estimativa é feita com base em dados que sugerem que 3% da população do Estado são viciados na droga. Segundo o psiquiatra e coordenador regional da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) da DRS-10, Francisco Drummond Moura Neto, trata-se de uma epidemia e a maioria dos dependentes está sem tratamento.

Isso porque, de setembro de 2012 a julho de 2013, foram internados apenas 335 usuários de crack na Casa de Saúde Bezerra de Menezes, que é o único hospital psiquiátrico da região, localizado em Rio Claro. A nível regional, englobando as 26 cidades pertencentes à DRS-10, a estimativa é de 45 mil dependentes da droga, sendo que apenas 530 foram internados no Bezerra de Menezes no último ano. Estes números excluem as pessoas que foram internadas em clínicas particulares com as quais a prefeitura possui convênio.
“Onde estão os outros 44,5 mil usuários de crack da região? É um desafio enorme, porque não temos vaga para todos estes dependentes. É necessário adotar uma política de enfrentamento ao crack que englobe a reestruturação dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e também a qualificação de mão de obra”, disse Drummond sexta-feira (30/08), durante um encontro promovido pelo Núcleo 7 da Rede Protetiva dos Direitos Sociais, do Ministério Público.
O médico também apontou que as internações por uso do crack já superaram as internações de alcoólatras, que antigamente eram a maioria. De julho de 2012 a julho de 2013, foram internadas na Casa de Saúde Bezerra de Menezes 750 pessoas usuárias de álcool ou drogas. Destas, 530 eram viciadas no crack.
Após a exposição dos números, foi promovido um debate. Ficou enfatizado que não existe uma única pessoa ou órgão responsável para resolver o problema. O que é necessário são políticas intersetoriais e também a participação dos municípios, Estado e União tanto na questão de verbas como de políticas públicas.
“Sabemos que muitas internações são feitas em unidades não preparadas. E tem pessoas que passam anos em hospitais psiquiátricos, privadas da liberdade, inclusive por decisões judiciais. Notamos também que os municípios estão sobrecarregados com este problema, não recebem verbas, custeiam boa parte dos tratamentos sozinhos. Mas muitos também não chamam o Estado, a União para ajudar por uma questão política, partidária”, afirmou o promotor André Vitor de Freitas, intermediador do debate.

FONTE: JP noticias

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