Odor e espuma também decorrem da estiagem, diz professora de ecologia.
Vazão ficou 90% abaixo da média para esta época do ano nesta terça (28).
O esgoto sem tratamento despejado no Rio Piracicabapelas cidades e a baixa vazão do manancial tem provocado espuma no trecho que passa pela área central de Piracicaba (SP), de acordo a professora de ecologia Silvia Gobbo. Na manhã desta terça-feira (28), além da espuma branca, o forte mau cheiro chamava a atenção de quem passava pela região próxima à Rua do Porto, ponto turístico tradicional do município.
Os fenômenos podem provocar nova mortandade de peixes, também segundo a especialista. Em 2014, ocorreram três mortandades confirmadas ao G1 pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) devido à estiagem. Na última quinta (23), também houve surgimento de espuma na água. O esgoto não tratado que causa essa situação é lançado, segundo Silvia Gobbo, principalmente pelas cidades que estão "acima" de Piracicaba ao longo do rio.
O volume de água no manancial na manhã desta terça-feira ficou na casa dos 7 mil litros por segundo, índice 90% abaixo da média para esta época do ano, que é de 75 mil litros por segundo, conforme dados do Sistema de Telemetria do Consórcio das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
A falta d'água aumenta a concentração dos poluentes e dificulta a dispersão do material. "Com isso, há maior proliferação de micro-organismos na água, que acabam reduzindo a quantidade de oxigênio disponível aos peixes. Por isso o risco de haver nova mortandade aumenta", afirmou Silvia.
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Como o esgoto também não é diluído na pouca água que passa pelo rio, também ocorre o odor forte. "É até esperado que haja mau cheiro. Geralmente, ele é camuflado pela grande quantidade de água, mas isso não acontece agora", disse a professora. "Se não chover bastante até março do ano que vem, teremos muitos problemas quando a estiagem começar novamente em abril ou maio", antecipa ela.
A professora informou também que o mau cheiro não é tóxico, logo não oferece risco à população, somente incômodo. O único reflexo para os moradores, segundo ela, é o fato de a água mais poluída demorar mais para ser tratada após a captação e precisar de mais produtos químicos no processo.
Cetesb
A Cetesb confirma que o fenômeno da espuma é decorrente da falta d'água, que aumenta a concentração dos poluentes e traz consequências como o forte odor. Além disso, a companhia afirma que a água tem ainda detergente misturado, o que contribui para a formação da espuma branca.
A Cetesb confirma que o fenômeno da espuma é decorrente da falta d'água, que aumenta a concentração dos poluentes e traz consequências como o forte odor. Além disso, a companhia afirma que a água tem ainda detergente misturado, o que contribui para a formação da espuma branca.
Comércio da Rua do Porto
Os problemas no Rio Piracicaba espantaram os turistas e fizeram o movimento dos bares e restaurantes da Rua do Porto cair até 80%, segundo os comerciantes da região. A suspensão dos passeios de barco, o nível baixo do manancial e a espuma que se espalha pela água em decorrência de alta concentração de poluentes são algumas das causas para a queda da atividade turística na área, também conforme os donos dos estabelecimentos.
Os problemas no Rio Piracicaba espantaram os turistas e fizeram o movimento dos bares e restaurantes da Rua do Porto cair até 80%, segundo os comerciantes da região. A suspensão dos passeios de barco, o nível baixo do manancial e a espuma que se espalha pela água em decorrência de alta concentração de poluentes são algumas das causas para a queda da atividade turística na área, também conforme os donos dos estabelecimentos.